sábado, 24 de outubro de 2009

SEMANA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR - FORMAÇÃO 5

Os métodos naturais de planejamento natural da família, com especial atenção ao Método de Ovulação Billings (MOB)


“Quando uma coisa é nova, as pessoas dizem “Não é verdade!”. Quando a verdade e constatada, as pessoas dizem: “Não é importante!”. Quando sua importância não pode ser negada, as pessoas dizem: “Não é novidade”.
(William James)

Não se sabe ao certo quando se deu a descoberta de que a mulher tem períodos de fertilidade e infertilidade. Num escrito de Santo Agostinho de 388, ele critica os maniqueus que usava este conhecimento para evitar ter filhos.
Em 1905, Theodore Van de Velde descobre que a mulher ovula apenas uma vez ao mês. Em 1930, John Smulders cria o método do ritmo, o primeiro método natural de planejamento natural. Hoje ele só tem valor histórico, mas serviu de base para o que viria depois. Posteriormente, Pe. Wilhelm Hillebrand cria o método da temperatura basal, usado hoje como apoio.
Existem, atualmente, outros tipos de métodos naturais (sintotérmico, dos dois dias, de lactação e amenorréia, etc) mas sem dúvida, o principal métodos de planejamento natural da família é o METODO DE OVULAÇÃO BILLINGS (MOB), desenvolvido pelo neurologista John Billings a pedido de um padre de Melbourne. O médico associou a presença do muco cervical em seus diferentes tipos com a ovulação. Com a colaboração de centenas de voluntárias que aceitaram participar da pesquisa, obteve-se um padrão. Os estudos que se seguiram mostraram que algo tão simples, poderia ser plenamente confiável e aplicável. A partir daí, ele estabeleceu o MOB e criou mais tarde a WOOMB, organização internacional do método.
O MOB é um processo educativo, um estilo de vida que melhora a vivência sexual do casal. Seu uso é simples, pois não requer nem mesmo escolaridade e gratuito. Ele é uma prova científica de que Deus pensou no planejamento natural da família e deixou gravado no corpo da mulher como buscá-lo de forma consciente através da fertilidade combinada:
Fertilidade masculina - produção do esperma que se inicia na puberdade e perdura por toda a vida
Fertilidade feminina – inicia-se na puberdade, é cíclica, dura cerca de cinco dias num mês e termina com a menopausa
O MOB pressupõe que a mulher conheça o funcionamento do seu próprio corpo. Ele pode ser usado para:
- adiar um gravidez
- conseguir uma gravidez
- monitorar a saúde reprodutiva da mulher
Para conhecermos bem o método é necessário distinguir os diferentes tipos de muco cervical que mudam conforme o ciclo ovulatório da mulher:
MUCO G – bloqueia a cérvix. No microscópio não apresenta cristalização, é bastante celular e aparece antes e depois da ovulação.
MUCOS P e L – causam uma sensação mais pegajosa. No microscópio tem padrão de samambaia a 90º. Atraem os espermatozóides de baixa qualidade para eliminá-los.
MUCO S – prende os espermatozóides fortes para guardá-los e nutri-los até a ovulação. No microscópio forma canais paralelos e provoca uma sensação escorregadia. Está presente antes e até três dias depois da ovulação.
MUCO P – tem aspecto de samambaia a 60º. Libera o tampão que fecha a cérvix e conduz os melhores espermatozóides para o útero. Deixa uma sensação escorregadia, mesmo que não seja visível.
A partir desse reconhecimento, derivam as regras de aplicação do MOB quando se deseja adiar uma gravidez. Para se obter uma gravidez é só segui-las ao contrário:

REGRAS DOS PRIMEIROS DIAS
1ª regra – evitar relações sexuais durante o período de menstruação.
Durante esse período, além de o sangue poder ocultar a presença de algum muco, o jato do esperma em sentido contrário ao fluxo sanguíneo pode até contribuir para provocar ou agravar a endometriose.
2ª regra – quando, nos dias após a menstruação, não for identificada a presença de muco, as relações sexuais podem acontecer em noites alternadas. Assim, há um intervalo para que a mulher se observe durante o dia, enquanto está ativa para ver quando o muco começará a aparecer.
3ª regra – Se houver alguma mudança (seja presença de muco, sangue, etc) é preciso esperar e observar. Se o padrão de ausência de muco retornar, volta-se a regra 2.

REGRA DO ÁPICE
Depois de reconhecido o dia ápice por meio da observaç4ao do muco, contar 1, 2, 3 dias e a partir do 4º dia as relações sexuais estão liberadas à qualquer hora do dia, até que um novo ciclo recomece.


Apesar de ser um método científico, ele é de facílima compreensão. Num estudo feito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 5 países, usando amostragens de diferentes extratos sociais, constatou-se que 94% das mulheres foram capazes de perceber o seu padrão de fertilidade após uma sessão de ensino.
A transmissão pedagógica MOB pode ser feita usando desenhos rudimentares, símbolos que façam, parte do dia-a-dia da mulher: elementos da natureza como água, flores, etc. Sugerimos ainda o material produzido pela Fundação Família das Américas ou o livro de Melita Caio “A Natureza nos Ensina a Conhecer a Ferilidade”, bom incluisive para se rusado com adolescentes.
Entretanto, não basta ensinar o método de planejamento natural da família se o casal não for generoso e aberto à vida. O método é apenas um aspecto dentro da ampla dimensão da paternidade e maternidade responsáveis.
O nosso dever é divulgar, mostrando as contribuições que o MOB traz para a saúde da mulher e o relacionamento conjugal. Devemos estar também preparados para responder às críticas de forma positiva. Se alegarem que..
“... é difícil” – qualquer mulher, mesmo as iletradas podem aprendê-lo e usá-lo
“... as mulheres com ciclos irregulares não podem usá-lo” – o MOB adapta-se a qualquer tipo de ciclo porque só depende da observação do muco cervical
“... a abstinência é anti-natural” – as pausas para descanso fazem parte dos ciclos da natureza.
A mulher tem a fertilidade nas suas mãos! A motivação para o uso dos métodos naturais virá para o casal que tem a sua consciência formada e para quem quer algo melhor para si e o seu cônjuge. Podemos agir como:
Divulgadores:
- O divulgador dá palestras, encaminha ao atendimento, vai aos colégios, comunidades, etc
- Faz o elo de ligação entre os que querem se tornar usuários e um instrutor.
Instrutores:
- O instrutor precisa ter uma formação especializada. Precisa ser: convicto, tranqüilo, atualizado, sigiloso, apaixonado pela vida, organizado nos registro, fiel ao método.
É bom que haja profissionais da área da saúde, especialmente ginecologistas, incorporados às equipes de planejamento natural da família para dar mais segurança e credibilidade.

(Síntese das notas dos assessores Ronaldo e Tatiana, das conferências dadas por Heloísa Pereira, Dr. Mario e Patrícia Juruena e Márcia V. Silva)

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