quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SEMANA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR - FORMAÇÃO 2

I CONGRESSO NACIONAL DE PLANEJAMENTO NATURAL DA FAMÍLIA
Curtiba, 16 a 18 de outubro de 2009

2ª Conferência: “A Realidade do Planejamento Familiar Hoje e os Desafios para o Planejamento Natural da Família” (Dr. Agostinho Bertoldi)



Por que tão poucos casais usam o método natural? Muitas poderiam ser as respostas.
Primeiramente é preciso fazer a distinção histórica entre CONTROLE DA NATALIDADE e PLANEJAMENTO FAMILIAR. Enquanto o controle da natalidade tem uma conotação imposta e desumana, o planejamento failiar é uma proposta de paternidade e maternidade responsáveis.
Vemos inicialmente uma polarização de sentidos: o primeiro como um controlismo autoritário e o segundo como um liberalismo procriativo, a geração indiscriminada, totalmente controlada por Deus e independente da vontade humana. Um exemplo desse caso é uma reportagem da revista Veja de 1983, com a inscrição na capa: “Perigo da Superpopulação”.
O que dizer diante disso? Ora, o casal não é um executor passivo da ordem de procriar, mas um intérprete inteligente! No pólo, oposto, a idéia neoliberal de controle da natalidade é a de criar um mundo bom para poucos, que tenham um bom potencial de consumo, impedindo que novas vidas venham ao mundo. Esta é a ideologia incutida nos dias de hoje.
A condição da mulher e certas idéias ecológicas vêm contribuindo muito para disseminar a idéia de um número mínimo de filhos. Afirmações do tipo “Gerar é fácil. Difícil é criar!”... ou a apologia a uma família numerosa como algo perdido no passado, numa falsa idéia de “qualidade” oposta á “quantidade”. Mas podemos nos perguntar: O que é, afinal, gerar bem um filho? Aqui nos ajuda o planejamento natural da família.
No livro Minhas Esperanças para a Igreja, Bernard Häring coloca que nossos pais jamais nos pediram que os amássemos. Eles nos amaram primeiro e isso foi o suficiente para que aprendêssemos a amar. Comove a um filho saber que foi responsavelmente desejado.
Graças a Deus ainda há muitos casais que desejam ter filhos. É para eles querem algo de melhor. Isso passa por uma plena consciência do que é a sexualidade conjugal frente ao imediatismo, ao egoísmo, á busca pelo prazer desenfreado, ao materialismo e à coisificação.
Muitas vezes, é em meio a esse emaranhado de idéias confusas que chegam até nós noivos e casais... para que os indiquemos como construir caminhos e gerar vida. Se a contracepção domina o contexto atual, a Igreja tem uma proposta alternativa: o planejamento natural da família, que dá espaço ao diálogo, ao respeito e à vivência sadia da sexualidade. A procriação está subordinada ao caráter unitivo do ato conjugal, pois todo ser humano tem o direito de ser gerado num ato profundo de amor. A procriação depende da responsabilidade do casal e da generosidade em assumir a missão que Deus lhes confia. É lamentável que o egoísmo e a conveniência tenham empobrecido tanto a vivência do matrimônio.
Como começou a sistematização dessa proposta do planejamento natural da família? Um exemplo é uma audiência de Pio XII, em 1951, aos obstetras sobre o que o papa chamou de “métodos dos tempos infecundos”. Outro exemplo é a Gaudium ET Spes que resgata a sexualidade humana enquanto encontro.
A Igreja aconselha e propõe, porque uma reposta caberá à consciência dos casais. Devemos estabelecer com eles uma atitude de compreensão e acolhida, respeitando a gradualidade de cada um. Para isso, talvez precisemos mudar nossa estratégia pastoral. Muitos de dentro e de fora da Igreja só a vêem contra tudo! Precisamos mostrar do que a Igreja é a favor. A favor da comunhão entre o casal, a favor da vida, a favor do conhecimento de si e do cônjuge... A formação do casal como base para a geração dos filhos é fundamental para a paternidade e maternidade responsáveis. Temos nossa parcela nessa tarefa de ajudar a formar casais com um relacionamento saudável, amoroso, fecundo e santo.
Uma premissa é que para gerar bem é preciso antes casar bem. Afinal, os métodos de planejamento natural da família são, como a terminologia indica, apenas o método, o meio de viver a responsabilidade na geração da vida.
Vejamos alguns aspectos práticos do planejamento natural da família:
- Uma característica singular é a ativa participação dos homens.
- A Igreja precisa expandir os serviços de formação e aconselhamento para dar meios e subsidio ao casal para tomar sua decisão
- Os métodos naturais não devem ser apresentados juntamente com os outros, como se a proposta fosse uma escolha aleatória. Não gastemos tempo criticando os métodos que são contraceptivos, mas usemos bem as oportunidades para divulgar a proposta do planejamento natural da família.
- Os métodos naturais são apenas um aspecto do planejamento natura da família que engloba, na verdade, uma proposta de vida.
(Notas dos assessores arquidiocesanos Ronaldo e Tatiana)

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