terça-feira, 25 de setembro de 2012

Palestra de Dom Antonio sobre aconselhamento

Conforme prometido, trazemos o primeiro material fruto do III Curso para agentes do Pré-Matrimonial. A palestra sobre aconslehamento do dia 22, em Copacabana, foi com Dom Antonio Augusto. Veja como foi:

Em nossa família, ambiente de trabalho e na pastoral há muitas ovelhas sem pastor. Os nossos caminhos tem curvas, montanhas, estradas planas... todos nós procuramos chegar a um destino. Sabemos que nosso destino final é o céu, mas em cada etapa da vida também temos pequenas metas. O importante é não sairmos do caminho. Mas há muitas pessoas desorientadas como ovelhas sem pastor.
E para sermos bons pastore, precisamos ser primeiramente boas ovelhas. Quem de nós nunca passou pela situação de precisar de alguém que nos escutasse? E quem de nos nunca pediu um conselho?
Gostaria de trabalhar a partir das quatro grandes interrogações da vida: Quem? Como? Por quê? Para que? Uma primeira grande desorientação é sobre a nossa própria identidade.
1. Quem sou eu?
2. Como me vejo?
3. Por que existo?
4. Para que existo?
Esses são os questionamentos mais profundos da nossa vida. Ora, só podemos ser bons pastores, se nós não formos ovelhas perdidas. Essas quatro grandes indagações precisam já ter sido respondidas em primeiro lugar, por nós mesmos.
 A primeira pergunta “Quem sou eu?” não precisa de “acidentes” como resposta, do tipo: sou médico, professora, dona de casa, sou vaidoso, generoso, etc... A resposta a essa pergunta é simples: eu sou um dom! Um dom, não um “dono”, pois não comandamos nada. Eu sou um dom de Deus, um presente de Deus para o mundo. Quem ainda não descobriu isso é ovelha perdida. Quando alguém nos apresenta um problema podemos aconselhar coisas úteis: “Controle-se.”, “Procurem uma terapia de casal.”, etc. Nada disso vai adiantar se essa pessoa não se descobrir como um dom.
Quantas vezes procuramos rotular as pessoas por traços que elas tem (é raivosa, é egoísta, é meu vizinho...), não, isso não é a nossa identidade. Somo imagem e semelhança de Deus que é amor. Como eu sou? Posso refletir esse amor no meu agir. Se eu sou um dom, eu tenho valor. Quantas pessoas se casam sem se conhecerem a si mesmas como realmente são. Se eu não descobri o meu valor, como serei capaz de reconhecer o valor do outro.
Devemos nós, ajudar os outros a perceberem que vivem conforme os seus valores. Uns vivem uma vida meramente consumista ou materialista, outros acham que valem por aquilo que fazem... Ou você pode descobrir que você vale aquilo que você é a não aquilo que você tem. O jeito que eu sou vai depender dos meus valores. Há pessoas que se identificam com aquilo que fazer e são tecnicamente muito competentes, mas humanamente são medíocres.
Quem quer saber porque existe, vai achar a resposta na sua vocação. Em 1980, João Paulo II disse em Curitiba: “Que quem ama, chama!”. Porque Deus nos ama desde toda eternidade, nos chamou à vida e a um caminho, uma direção de vida. É a vocação. A vida tem dois grandes tempos: o tempo de buscar a vocação e o tempo de viver a vocação. A vocação (inclusive ao matrimônio) não é escolha pessoal, não. É um chamado de Deus! Se eu sei que sou um dom, vou buscar um outro dom para mim. É como uma roupa sob medida feita pelo grande alfaiate que é Deus. É preciso ter uma certeza moral da vocação: Deus já nos dá sinais iniciais de que esta é a minha vocação, é o caminho que devo seguir na minha vida.
A descoberta da vocação, do chamado que Deus me faz, deve ter grande empenho na nossa vida. E na pedagogia divina a vocação normalmente se descobre na juventude. Muitos dos sinais da vocação dos filhos, chega pelo testemunho dos pais, especialmente na generosa distribuição da vocação matrimonial. Por isso, saiu no jornal que estamos na geração “nem, nem nem”: “nem estuda, nem trabalha, nem nada!”.
E para que eu existo? Para desempenhar uma missão. Cristo nos envia, a palavra: “missa” quer dizer “envio”. Eu tenho um papel a cumprir no estado de vida a que sou chamado. Tenho meu papel a cumprir na Igreja e no mundo. Quem não se interroga a partir destes quatro questionamentos. Essas são as raízes do grandes problemas pessoais, familiares e sociais. As pessoas se dariam muito melhor se tivessem consciência de quem são.
Quantas vezes damos mais valor às coisas que às pessoas. As baixelas de prata são guardadas e limpas com cuidado, mas como temos tratado as pessoas? Assim, também há tantos profissionais competentes nas suas empresas, mas que não tem manejo pastoral. Que pena... São pontuais no trabalho, mas sempre chegam atrasados para o jantar em casa... Não valorizam sua vocação matrimonial. Vivemos numa cultura de receitas. Em todos os sentidos, vejam quantas farmácias há em um quarteirão.
Os bons conselhos de nossa parte precisam vir a partir destas quatro realidades. Não existem receitas prontas para a felicidade. Mas se nos perguntamos o que falhou, talvez, de maneira bem simples possamos dizer: “Faltou alguém que desse um bom conselho!”. Se eu não existisse, não existiriam meu cônjuge, meus filhos... Eu existo para os outros. O Bom Pastor leva suas ovelhas para campos verdejantes, diz o Salmo 23. E aqui temos as quatro colunas para nos aprofundarmos e podermos aconselhar os outros. Assim, poderemos ser bons pastores. É útil darmos testemunho, mas muitas vezes, não é necessário.
Primeiro, precisamos ter boa formação da personalidade. A questão do aconselhamento poderia se trabalhada de muitas formas, mas esses quatro pontos parecem ser a base para tudo mais o que pode vir depois.

E nossa próxima postagem será com as dicas práticas dos serviços de acolhida e escuta trazidas no curso do dia 15 pelo casal Laércio e Cacilda, do Grupo Mãos Dadas, da Paróquia São Francisco Xavier. Fiquem ligados! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário