quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Seminário de Bioética para Jovens

O Seminário Nacional Juventude e Bioética que terminou, em Brasília, no dia 15 de julho com a palestra do assessor da Comissão para a Vida e Família da CNBB, padre Rafael Fornasier. Em sua colocação, o assessor forneceu pistas de ação para que os jovens possam, em sua realidade, levar a postura da Igreja sobre a defesa da vida.
Inicialmente, padre Rafael apresentou como a Igreja tem dado a contribuição quando reforça a Palavra de Deus, o cuidado com o próximo, a educação para a vida e o amor e o protagonismo de todos os católicos nesta defesa. Ao citar a Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Papa Paulo VI, o sacerdote enfatizou a importância da presença dos leigos e que eles podem falar também em nome da Igreja contra as formas de atentado à vida.
Cultura de morte
Antes de fornecer as pistas de ações concretas aos jovens, padre Rafael traçou um panorama do contexto atual de cultura da morte e citou alguns de seus elementos:
- Ideologia eugenista, em que os “diferentes” devem ser eliminados, com base na teoria de que apenas os "perfeitos" devem viver. Tal concepção fundamentou a ideologia nazista e uma das máximas criadas foi o jargão “Vidas que não devem ser vividas”. Inicialmente, favoreceu a eutanásia e, depois, a ideia da superioridade da raça branca.
- Ideologia de gênero: distinção entre o biológico e social. Ou seja, o sexo ou as características físicas com as quais o indivíduo nasceu não determinariam a atuação ou o modo de ser na sociedade.
- Utilitarismo, consumismo, hedonismo: hoje, as questões de bioética estão muito ligadas a estes conceitos no sentido de questioná-los. Tais conceitos apresentam, segundo o assessor, um forte cunho econômico e uma busca de uma liberdade deturpada e de um prazer exacerbado.
O sacerdote apresentou ainda as questões em voga da bioética, como aborto, controle de natalidade (métodos contraceptivos), reprodução assistida e pesquisas com células-tronco. Além destas, o assessor destacou também realidades como a disseminação da Aids, homossexualidade, pesquisa com seres humanos, prostituição, eutanásia, tráfico de pessoas, desequilíbrio ecológico, com o objetivo dos jovens tomarem consciência do seu campo de ação na sociedade atual.
Pistas de ação
“Isso deve nos interpelar a atitudes concretas”. Foi com este alerta que o assessor ressaltou a necessidade do protagonismo leigo e de ações efetivas na defesa da vida, como a cobrança juntos aos Três Poderes para que atuem em favor da vida e da família. Neste ponto, o sacerdote apontou como as três esferas parecem não caminhar juntas, como se vê em certos casos, atualmente, com a sobreposição do judiciário sobre o legislativo.
Ao recordar ideias que afirmam ser hipocrisia a proibição do aborto e das drogas porque limitariam uma suposta liberdade, o assessor questionou apontando que, se formos seguir esta linha, também seria hipocrisia ter as leis de trânsito, jáque muitos morrem no trânsito, ou leis punitivas dos assassinatos pois muitos matam todos os dias.
“Nem tudo o que a lei diz para fazer é moralmente lícito”.
Foi a partir desta afirmação que padre Rafael Fornasier deu pistas de ação pastoral e social para que todos se empenhem contra as leis abortistas e posturas que violam a vida humana. Entre as indicações de ações estão
- a coleta de assinaturas para aprovação do Estatuto do Nascituro; acompanhamento dos procedimentos legislativos e dos julgamentos no STF;
- criação e promoção de associações de família, pró-vida, juristas (âmbito civil) e de médicos;
-  criação e promoção de comissões de respeito, promoção e defesa da vida;
- formação de programas de acolhida e acompanhamento em favor da vida (exemplos: CAM, Projeto Raquel, Sonho de Mãe, Fazenda da Esperança).
Um outro ponto de destaque a ser empreendido pelos jovens é a formação contínua, através de documentos e do Catecismo da Igreja, cursos em seminários e institutos, além de grupos de estudo.
(Fonte: www.cnbb.org.br)

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