quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SEMANA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR - FORMAÇÃO 1

I CONGRESSO NACIONAL DE PLANEJAMENTO NATURAL DA FAMÍLIA "Gerar a Vida com Responsabilidade"
Curtiba, 16 a 18 de outubro de 2009


Conferência de Abertura: “Gerar a Vida com Responsabilidade: Bases Antropológicas” (Prof. Dr. Valdir Reginatto)


A família, nos dias de hoje, mais do qualquer outra instituição, tem sido posta em xeque. Muitas acabam ficando confusas com relação aos seus deveres. Outras estão impedidas pela justiça de desempenharem seu papel.
Devemos pensar não apenas na vida, mas na vida eterna. Este deve ser o nosso maior tesouro. O ser humano tem a possibilidade de gerar a vida, mas não de criá-la. Não temos esse poder. É respeito ao poder hierárquico, que a nós é confiado. O homem precisa se re-posicionar como aquilo que é: criatura. Não podemos “querer ser como deuses”. Este pecado já custou o Sangue precioso de Cristo.
Nesse caminhar, estaremos indo contra a ordem divina: “Crescei e multiplicai-vos.”. É preciso crescer enquanto pessoa. Na Evangelium Vitae João Paulo II recorda como o homem é chamado a participar da vida de Deus, transcendendo o mundo material. Não tenhamos medo de crescer! O que ama verdadeiramente cresce e torna-se agente multiplicador. Toltstoi diz: “A felicidade só pode existir quando compartilhada.”
A principal conseqüência do amor é a vida. Gerada, não por mérito do homem, mas por graça divina. Deus mesmo se afirma como “aquele que é”, a plenitude do “ser”, do “viver”. Deus é o Deus da vida e dos vivos. E a vida divina é o fim para o qual cada homem foi projetado.
Não somos donos de nada e, quem não é dono, não pode fazer o quem bem entende com aquilo que lhe foi confiado. Somos portadores da vida e dela precisamos prestar contas ao seu Autor. Como cuidar desse dom gratuito que é a vida e como cuidar do processo de gerar? Os noivos são chamados a contribuir com essa missão. Cabe-nos administrar, cuidar da vida, enquanto seus portadores. Nem mesmo aos anjos, mas somente aos anjos foi dado esse magnífico direito e dever: a geração da vida e a continuação da criação.
Como sermos responsáveis por tão precioso dom? Primeiramente, entendamos que responsabilidade exige consciência e capacidade de se comprometer. Tornar um ser responsável é a principal meta educacional. Os pais são os primeiros educadores nesse sentido, até que os filhos possam chegar a um estágio de maturidade tal que possam educar-se a si mesmos.
A partir desses dois pilares da responsabilidade conscientização e capacidade. Uma conscientização com relação aos mecanismos biológicos do ciclo ovulatório da mulher parecem ter trazidos mais problemas que responsabilidades na transmissão da vida. É preciso fazer um bom uso da ciência. Não podemos desvincular o amor dos cônjuges da geração da vida.
A própria natureza favorece a paternidade e maternidade responsáveis e permite conciliar sexo e castidade conjugal, que é a base antropológica para gerar a vida com responsabilidade. Ora, o homem não é um mero animal, cegamente guiado por seus instintos. Assim, o ato conjugal é uma manifestação do amor de Deus. Na castidade conjugal não se recusa o compromisso da vida e nem se recorrem a compensações ilícitas. O domínio das paixões deve ser um sacrifício de amor.
Separar o prazer da vida é um erro de método:
Pílula – é fazer amor sem fazer filho
Inseminação – é fazer filho sem fazer amor
Pornografia – é desfazer o amor
Aborto – é desfazer o filho

Nada disso condiz com a natureza humana. A mentalidade da contracepção é bem diferente do conhecimento e bom uso dos ritmos naturais do ciclo ovulatório da mulher. Esse último gera diálogo, afetividade, respeito, comunhão, uma sexualidade sadia, enfim.
A vida é um valor maior e anterior a todos os outros valores, inclusive á liberdade. Nada mais cristão que optar sempre pela vida, mesmo em meio a situações adversas. Com as tecnologias nascem novas formas de se agredir o ser humano e justificam-se verdadeiros crimes em nome de uma cultura da “liberdade” humana. Um exemplo disso é o aborto sendo usado como regulador da natalidade.
Preocupemo-nos mais em viver a vida e menos em querer explicá-la a todo o custo. Bejnamin Franklin dizia que: “Achar que o mundo não tem um criador é achar que o dicionário é produto de uma explosão numa tipografia.”. Na ciência é preciso guardar as proporções, salvaguardando a nossa própria natureza. Sermos bons portadores da vida é o nosso desafio.

(Notas do Assessores Arquidiocesanos Ronaldo e Tatiana)

Um comentário:

  1. Queridos, Ronaldo e Tatiana...
    Ficamos encantados com o material do livro do Setor Pré-Matrimonial e do Blog. Que Nossa Senhora Ilumine vocês para continuarem este belo trabalho. Parabéns!!!
    Rômulo e Juliana
    Varre-Sai/RJ

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